SÃO JOÃO

 SÃO JOÃO 

Dentre as épocas festivas religiosas do ano, São João é que tem significado para o ser humano. Nas culturas campesinas temos a imagem da “fogueira” nestes meses de frio, simbolizando o calor interno que temos que adquirir para nos proteger do frio externo. Isso traduz que de fora atua o Arcanjo Gabriel que nos remete ao recolhimento; e em contrapartida age a partir de dentro, a força que vem do outro lado da Terra, do Arcanjo Uriel, com seu olhar severo e admoestador, que nos induz à auto reflexão e corrigenda dos nossos erros. 

 São João faz referência aos batismos com água, pelo fogo e pelo Espírito Santo. Ao ser batizado com água, antigo método de iniciação, passava-se por um processo de “quase-afogamento”, quando o etérico se soltava um pouco e ocorria uma visão espiritual de alerta para se acertar na vida. Era conhecido como iniciação de “casar com a mãe”, com os elementos superiores (o feminino representava o espiritual) — só que esse método estava decadente na antiga Grécia, conhecido no relato da lenda de Édipo, que casa com sua mãe e se destrói. 



O batismo pelo fogo corresponde à iniciação atual, quando se precisa harmonizar os elementos suprassensíveis (espírito, alma, etérico e físico) - conhecido pela sentença: “casar com o Pai”, que traduz casar com a materialidade. Temos que ser realistas e objetivos nas nossas metas de vida, pois isso traduz: “o Verbo encarnado”, trazer o espiritual para a Terra. 

O batismo pelo Espírito Santo traduz que ocorrerá após um período de “preparação” (pentekoste) ou maturidade evolutiva, quando nos elevarmos através do pensar dedutivo goethiano ao pensar crístico - e isso ocorrerá para a grande maioria da humanidade na Nova Jerusalém (Júpiter). 

Por isso nesta época joanina deve ser marcado pelo impulso de Uriel, com seu olhar admoestador, severo, que deve gerar em nós o despertar do fogo crístico em nossos corações, para que realizemos o batismo pelo fogo, no casamento com o pai, com a materialidade, no sentido de nos candidatarmos ao batismo pelo Espírito Santo, que virá no futuro, como “Cristo em nós”. 

Antonio Marques