MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIA X MEDICINA BASEADA EM CONHECIMENTO



A questão basilar desta polaridade médica diz respeito à atuação dos remédios. Como eles funcionam? Como não se sabe como eles atuam, realiza-se o “teste randomizado” para avaliar a eficácia dos medicamentos. De onde nasceu essa ideia? 


Será preciso retroceder a 1700, quando o “pai da ciência indutiva” Francis Bacon (Novum Organum) desenvolveu seu método empírico de confrontar duas tabelas: verdadeira X falsa. Depois em 1935, o estatístico britânico Ronald A. Fischer (The Design of Experiment) e o psicólogo alemão Karl Duncker (Zur Psychologie des produktiven Denkens) criaram um modelo que foi usado para implementar o “teste randomizado duplo cego”. 


O que visa o teste randomizado? Chegar a uma “estatística correlativa”, quando se correlacionam dois subgrupos de pacientes: os que tomaram remédio verdadeiro X os que tomaram “placebo” (fake) — só que incorre em graves falhas: da não uniformidade dos grupos, efeito psicológico (de querer se curar), implicação moral etc. 


A quem interessa esse tipo de pesquisa? A indústria farmacêutica deseja convencer, fidelizar o profissional que não aprendeu “Farmacologia Dedutiva” (a análise bioquímica do fármaco) na faculdade. Aliás, ninguém aprendeu, porque não existe ainda essa disciplina. 


Dessa maneira desnuda-se a face cruel da ciência tecnicista indutiva empírica, que impõe uma medicina hegemônica “baseada em evidência” e contempla somente a um seleto grupo que a estatística elegeu como tratável. O resto estatístico é descartável e não será atendido pelo serviço de saúde. 


Por isso alguns cientistas sérios estão questionando esse modelo tecnicista indutivo empírico, como o Dr. Helmut Kiene, com quem tive uma conversa com ele no seu instituto em Freiburg (Alemanha) e que tem um interessante livro “Komplementärmedizin-Schulmedizin” (Germany : Schttauer, 1994), questionando esse modelo. 


Do outro lado, surge a “Farmacologia Dedutiva”, desenvolvida pelo Dr Otto Wolff (Biochemie), médico e farmacólogo alemão; e aperfeiçoada por este autor, cujo objetivo é analisar o fármaco para elaborar uma hipótese dedutiva. Mas como a metodologia dedutiva abraça a indutiva; e em ciência é preciso “demonstrar” (vide esquema abaixo), realiza-se a experiência indutiva com seu paciente individualmente. Da confrontação entre as hipóteses dedutiva e indutiva, chega-se à “tese” (ideia do fármaco e sua atuação). Isso é CIÊNCIA. 


Bem vindo(a) ao novo mundo científico. 


Dr. Antonio Marques 

Médico clínico antroposófico

Comentários

  1. A farmacologia dedutiva abre novos horizontes e traz um novo olhar sobre a vida e a saúde do Ser Humano.😃☘️🙏🏻

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