DOUTOR MEDICINAE
Por que médico é Doutor sem ter doutorado?
O termo Doutor vem do latim docere = ensinar; e isso se remonta à Idade Média, quando no final do estudo universitário, segundo a tradição dos Escolásticos (da Igreja), além de se graduar, se intitulava “doutor” e tinha a licença para ensinar (licentia doscendi) na Academia Médica.
Antes disso, a profissão médica (medicus) era realizada pelo praticante, cuidador ("medicina profana") e na Índia era conhecida como Rigvédica — era aprendida de maneira informal e através das tradições. Foi somente na Universidade de Gundishapur (Gundi = Grande, Sha = monarca, Pur = nome dele, na Pérsia - atual Irã), a partir de 666 d.C., ao se associar com a medicina turaniana (mongólica), a qual se especializara no domínio do corte ("medicina do corte" = cirurgia) é que a medicina começou a se tornar como a conhecemos hoje.
Lembrando que até essa data existiam duas medicinas: a sagrada (na Índia tinha no nome de Ayurvédica) e a profana (Rigvédica) — e as pessoas usufruíam as duas. A partir de então a primeira foi suprimida pelo avanço das tecnologias.
Foi no ano 1221 que o Imperador Frederico II, da Itália, disciplinou o curso de 5 anos e no final ser examinado pelos mestres de Salermo - para depois o laureado receber o título de “Doutor Medicinae”. Essa denominação continua válida no Brasil, a partir do decreto de Dom João VI, em 1808, não revogando até hoje essa titulação ao médico.
Somente a partir do séc. XIX o termo Doutor começou a designar os portadores de doutorado. Inclusive os demais cursos da saúde, como Odontologia e Veterinária entre outros, começaram no séc. XIX e não foram contemplados com essa titulação Dr., porque já se enquadram na nova nomenclatura universitária.
Dr. Antonio Marques
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