GRANDE RESET — Parte 3
GRANDE RESET — Parte 3
Deveríamos estar vivendo numa sociedade humanizada em decorrência do “Iluminismo” que varreu o mundo ocidental no séc. XVIII — denominado “Século das Luzes”. Mas algo deu errado. Afinal, porque o “iluminismo” não vingou no mundo?
Podemos dividir esse período em duas faces: a “visível” que deu certo — conhecemos como movimento cultural da elite europeia, cujo objetivo era a reforma do “organismo social”, o qual resultou no fim colonialismo e do absolutismo. Começou na América do Norte (1770) e se espalhou pela Inglaterra, Bélgica, Países Baixos, Suíça, Itália, Gênova e finalmente chegou à França (1789). Aqui no Brasil também tivemos nossas revoluções, conhecidas como Conjurações: Mineira, Carioca, Baiana, Pernambucana e dos Suaçunas.
Seus três ideais: “liberté - egalité - fraternité”, tem a ver com “liberdade” para o indivíduo (cultura), “igualdade” entre todos perante a lei (democracia / justiça) e “fraternidade” no trabalhar para o outro, para o social (economia).
Mas a sua face “invisível” foi abortada da história — após Napoleão vencer a batalha de Austerlitz (contra Prússia e Áustria), aglutinou 16 Estados germânicos sob a denominação de Confederação do Reno (Rheinbund) e casou sua filha adotiva com o neto do Duque de Baden, querendo com isso a paz na Europa e abrir a porta para o futuro. Dessa família nasceu o príncipe Kaspar Hauser von Baden, que foi trocado no pós-parto por outro (filho do jardineiro) — e desde então preso incomunicável numa masmorra até ser solto aos 16 anos. Conhecemos sua história através do filme de Werner Herzog, de 1974: “O enigma de Kaspar Hauser”. E finalmente assassinado aos 21 anos.
Qual importância teria esse Grão-Ducado no sul da Alemanha? Seria uma vitrine para Friedrich Schiller expor suas “Cartas sobre a Educação Estética da Humanidade” (São Paulo : EPU, 1992) — esse livro aborda as três esferas do organismo social (cultura - política / jurídica - economia) de uma forma “imagética”, que poderiam fazer frente ao que está acontecendo atualmente neste mundo polarizado, sem perspectiva e sem projeto para o futuro, ficando apenas pendulando entre “Imperium Estatal”e “Imperium Financeiro”.
Ao se pleitear o resgate do 1º membro do organismo social, que no passado era a Religião, pretende-se que o “Conselho Cultural” deva ser o repositório dos conhecimentos humanos em todas as vertentes (seja cultural, científico, médico, pedagógico, artístico, religioso etc) — e sua plataforma deve prevalecer a “liberdade” de atuação nas várias profissões.
Ou seja, o Conselho Cultural visa dignificar e investir no ser humano. Por isso um de seus Departamentos funcionará como “Banco Social” — inclusive com redenção de Keynes — e nesse caso é necessário que os bancos públicos sejam incorporados ao CCB (o Estado não tem função bancária) — para fomentar o “empréstimo” ao indivíduo moralmente produtivo e à “doação” às instituições culturais, científicas e filantrópicas.
Mas de nada adianta se não se reconhecer o ser humano como figura central do organismo social. Em primeiro lugar ele precisa se desenvolver pela “Educação”, para o crescimento interior “ético” (virtudes); em segundo lugar ele necessita da “Cultura”, para o desenvolvimento “moral” (para viver e trabalhar na sociedade). Ou seja, é preciso a conquista do “individualismo ético”, para se tornar num ser “moralmente produtivo”. A quem cabe coordenar esse novo caminho? O governo? Os “mega bilionários” que querem “The Great Reset”? Ou a VIDA CULTURAL?
Dr. Antonio Marques
Conselho Cultural do Brasil (CCB)
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