Retomada do CAMINHO ASCENSIONAL
Retomada do CAMINHO ASCENSIONAL
De todos os seres do Universo, nós humanos somos os únicos “livres”. Só que não conquistamos essa decantada “liberdade”; nós não lutamos por ela — nós apenas a ganhamos do mal.
Como Adão e Eva, fomos criados virginais. Mas entrou na evolução a “serpente” que nos induziu a abrir os olhos (pecado histórico e não original); e começamos a nomear os objetos à nossa volta, numa forma “indutiva”, primária de ver o mundo somente a partir da “evidência” — denomina-se “nominalismo”. Por isso a Ciência de hoje virou isso. E nós também.
Ficamos reféns das coisas do mundo, do materialismo, pois só sabemos olhar para baixo. E agora hipertrofiamos uma parte desse pensar egóico (centrado na cabeça) — o “super-Ego”, que é crítico, arrogante, poderoso; e afundamos mais na Terra.
Não podemos negar as vitórias alcançadas pelo tecnicismo, mas nos tornamos “machine man” (homo artificialis). Por isso Steiner representou com o desenho à esquerda, com as duas cores misturadas, traduzindo que o pensar materialista nos puxou para baixo e aprisionou o nosso pensar espiritual. Cabe a nós, nesta época da “alma da consciência”, libertar o pensar espiritual das garras do materialismo (ahrimanismo). Como fazer isso?
Desenho de Steiner - palestra de 4.8.1924, Dornach (Suíça) - apostila SAB - Conexões Antrop, p.104.
Para nos desprendermos das garras do pensar indutivo (empírico ou experimental) temos adentrar a porta do “pensar dedutivo goethiano”, o qual servirá de degrau para nos candidatarmos ao pensar espiritual.
Ele foi idealizado por Aristóteles, pai da Ciência, e resgatado por Goethe: “unir os vários experimentos que se tocam entre si, os quais representam quase uma só experiência, que ele denomina de ‘experiência de ordem superior’” (Ensaios Científicos, p.36).
Como treinar esse pensar dedutivo? Usar a técnica da argumentação: pegar um objeto mais trivial, como lápis, clips, pano, plástico etc. como instrumento do pensar. Começa-se imaginar sua origem, sua história, quem descobriu, sua materialidade, sua forma, como se processa, tipos de objetos, necessidade para consumo, valor etc. A isso Aristóteles nomeou de “10 Categorias”: essência, qualidade, lugar, tempo, estado, hábito, quantidade, relação, ação e paixão.
À medida que usamos esses argumentos, começamos a nos desprender da materialidade — porque Ahriman não entende o pensar dedutivo — ele só domina o pensamento indutivo nominalista (egóico) — e se afasta. Em decorrência disso ficamos livres para pensar o que quisermos (espiral amarelo); e nos candidatamos a “inspirar” o pensamento espiritual.
Temos que nos tornar “idealistas”, para conjugar espírito e matéria; e resgatar o “homo spiritus”. Mas de nada adianta se não evoluirmos moralmente. Por isso o sentimento (que mora na Fala) deve se elevar para acompanhar o pensar. Coração e cabeça devem andar juntos. E os dois juntos devem atuar no mundo com moralidade:
“cabeça —> coração —> ação”.
Antonio Marques
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