AUTOCONFIANÇA ABNEGADA

 AUTOCONFIANÇA ABNEGADA


Só Steiner consegue aglutinar duas palavras com significados tão distintos — citadas na Imaginação Micaélica (GA 229). 

“Autoconfiança” traduz que o Eu tem o domínio da situação: sabe o que quer, sente-se seguro de si, tem firmeza, objetividade, independência, autoestima, autoafirmação, autossuficiência etc. 


Somente quando atingirmos ao patamar espiritual poderemos nos sentir assim. Estamos muito longe disto, apesar de estarmos vivendo na era da “alma da consciência”. Mas o quê isso significa? Esta época corresponde à supremacia do Ego, à arrogância do intelecto, à hegemonia fundamentalista da ciência. Isto traduz viver a polaridade da “alma da consciência”, entre “Phantasie” (fantasia) sob influência de Lúcifer e “Dóxa” (super-ego ou julgamento) sob domínio de Ahriman. 


Para redenção do Ego ou salvação do intelecto, para sair da polarização, é preciso acessar a “Dianóia” (dia = através de; e noûs = espírito), que se consegue desenvolvendo o pensar dedutivo goethiano, como caminho de verdade ou via régia ao nível espiritual, “porque a verdade tem caminhos que só ela pode encontrar, e que os poderes das trevas não podem encontrar. Unamo-nos, velhos e jovens, jovens e velhos, para adquirirmos uma visão clara para encontrar tais caminhos de verdade”(GA 204).


Quando chegarmos ao patamar espiritual, nosso Eu florescerá a “Abnegação”, que significa: altruísmo, desapego, renúncia, sacrifício, desprendimento, desambição etc. Isso traduz que o Eu volta seu olhar sobre sua alma e a redime, a perdoa: “autoconfiança abnegada". 


Antonio Marques

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