Nossa ALMA é polar

 Nossa ALMA é polar


Por que os filósofos medievais denominavam a alma de “corpo astral”? Porque sabiam que ela nasceu das hierarquias que habitam os astros. Só que ela é também polar, como dizia Jung: “animus e anima”. 


Isso mostra suas duas origens: da periferia cósmica onde habita a 1ª hierarquia nasceu a “vontade”, que se projeta como força para o futuro. E do centro do cosmo, do nosso sistema solar, mais denso, onde habita a 3ª hierarquia, nasceu a “imaginação”, como espelhamento do passado, que serve para refletir o pensar, como força do obstáculo para tomada de consciência — e muitos destes se sacrificaram para desenvolvermos o pensar livre (a serpente no Paraíso). 


Ou seja, a alma tem duas pontas: animus = vontade e anima = imaginação. Na Lemúria o ser humano era como vapor inundado de luz, e a partir da respiração a alma experimentava imagens tonais (sons) ondulantes que impregnavam o etérico, que por sua vez plasmavam os órgãos físicos. Alma e etérico modelaram musicalmente o corpo físico, que no começo não tinha dimorfismo sexual. Até na Atlântida, como a alma ainda era um pouco solta, promovia crescimento descomunal do corpo físico — por isso se dizia que os gigantes (nefelins) habitavam a Terra; e o etérico era manipulado no bom e no mal sentido. Com “imaginação prodigiosa” e “vontade férrea”, gerou-se no corpo humano uma força descomunal, cuja época faz referência à He-man e Shira (‘eu tenho a força’) — desse tempo vêm as grandes construções: pirâmides, dolmens, desenhos de Nazca etc. 


Com o Dilúvio termina um ciclo e começa o nosso pós-Índia, quando a alma impregna mais profundamente o corpo físico. No homem a parte animus se encarna com seu impulso da “vontade” e  na mulher a parte anima se encarna com seu impulso da “imaginação”. O quê acontece então? No homem sua parte imaginativa (anima) fica solta e permite fantasiar mentalmente; e na mulher sua parte da vontade (animus) fica solta e permite dedicação e firmeza — e se abre para o espírito (Eu). Por isso a mulher está mais perto do mundo espiritual. 


Para compensar esses dois impulsos polares, Steiner trouxe a “fantasia moral”, que serve mais para o homem trabalhar na sua alma; e o “individualismo ético”, que serve mais para a mulher evoluir em espírito. Mas como reencarnamos sempre como homem e mulher, desenvolvemos os dois impulsos. 


Antonio Marques 

Abaixo o vinheta da peça Despertar da Alma, de Steiner

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