ORIGEM do MATERIALISMO

 ORIGEM do MATERIALISMO 


Nos primórdios, enquanto a “sabedoria” era cultivada nos templos e oráculos — Heráclito de Éfesus dizia: “meu pensamento vem da deusa Sophia” — o “conhecimento” (manthánei) era utilizado pelos práticos e técnicos, para construções, arte, guerra, lavoura etc. Assim também a medicina, entre: sagrada (Ayurvédica) e profana (Rigvédica). E todas as pessoas usufruíam dessas duas fontes. 


A sabedoria inspirava e permeava o conhecimento, através da sua tríade: “observar - intelectualizar - idear”. Todos usavam essa metodologia para atuar no mundo. Exemplo: a cozinheira na feira “observa” verduras, legumes e “calcula” quantos quilos vai levar de cada item para fazer a “ideia” daquela salada gostosa. 


Mas no ano 666 d.C. na Universidade de Gundishapur (Grande Monarca Pur), na Pérsia (Irã), começaram as traduções deturpadas das obras de Aristóteles para o islã, através de 3 médicos nestorianos (seguidores de Nestóris), que retiraram o conteúdo espiritual e se fixaram somente na materialidade. O mentor disso, ainda não encarnado (como afirma Steiner), era Hahrum al-Rashid, que viria nascer em 766 nessa mesma região, para pegar esse conhecimento e levar para Bagdá, onde seria califa e fundaria a Casa da Sabedoria, cujo califado ficou conhecido como Reino das Mil e Uma Noites. 


Steiner disse que esse senhor teve um encontro com Aristóteles no mundo espiritual, antes de nascer, porque pretendia trazer o conhecimento científico (a lógica aristotélica) para a Terra, numa fase muito precoce. Mas Aristóteles não deu permissão; e por ter ficado com raiva começou a “insuflar” (ainda a partir do mundo espiritual) as traduções deturpadas. Logo depois esse movimento “sunita” (que significa seguidor desse califa) invadiu a península ibérica em 711. Mas houve uma guerra monstruosa nos Perineus, impedindo o avanço desse impulso tecnicista para a Europa central. Mas não adiantou nada, porque esses sunitas começaram a reencarnar na Inglaterra e na França. O califa reencarnou em 1561 como Francis Bacon de Verulan. Detestava os filósofos gregos e é considerado o pai da ciência moderna: “é preciso dissecar (matar) a natureza para poder compreende-la”. “Conhecimento é poder”. 


O que o materialismo trouxe? Da tríade do conhecimento, fixou-se na “evidência ou observação”. Por isso se diz “ciência nominalista” (que sabe apenas nomear). Só que isso é uma qualidade “pré científica”, por apenas constatar o fenômeno, mas não entende como ele funciona. Estamos todos presos e acorrentados, tendo que olhar somente o paredão onde são projetadas imagens (“mito da caverna” de Platão) pelo “amo” (de Kant), a autoridade, o livro, a ciência. A pergunta kantista sela nosso destino: “O quê eu posso pensar?” Resposta: somente o que a ciência determina. 


Estamos no fundo do poço do materialismo, vivendo a “alma da consciência” (Ego) e nos confrontamos com essa dualidade que se manifesta no mundo e dentro de nós. Para superar temos que subir o degrau na evolução pensamental e isso se dará através do resgate da “ciência dedutiva goethiana”.  


Dr. Antonio Marques 

Instituto de Ciência Dedutiva (ICD)

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