LUZ e TREVA — I

 LUZ e TREVA — I



Quando medito fecho os olhos para me concentrar dentro do meu pensamento. Nesse momento estou vivenciando o “pensar puro”, de origem espiritual. Sua essência é luz e meu pensamento torna-se também luz, porque não é possível diferenciar minha essência espiritual do meu pensar puro. 


Ou seja, nosso espírito (nosso Eu) é luz e dentro da luz pensamos. Só que não vemos a luz porque estamos dentro dela. Se eu sair do meu corpo físico (em situações especiais) posso me ver como eu sou — vide desenho com a luz clara brilhante (sou Eu ali dentro) abraçado pelo amarelo, que deve ser o etérico que envolve meu espírito. Eu penso dentro dessa luz. Meu pensar puro se mistura comigo em espírito. Eu me sinto como ser pensante dentro dessa luz. Dá até para fazer algumas experiências: se me concentro mais nessa luz ou dentro do meu próprio pensar, essa luz cresce e expande a margem amarelada para fora; e posso até “coçar” minha perna — mostrando que existem duas realidades: vivência espiritual independente do corpo e posso migrar no corpo e realizar um gesto. 


Este é o “pensar puro” de Hegel, que ocorre numa meditação, de estar centrado dentro de si ou “pensar o próprio pensar” de Steiner ou “Noûs” dos gregos ou “Self” dos psicólogos. 


E a cabeça, para quê serve? Serve para fazer imagens, para que o espírito possa ver. A cabeça não pensa — a cabeça é formada a partir do pensamento, que nos remete à vida terrena anterior. Só que essas imagens do mundo reproduzidas na minha cabeça ocorrem a partir de outro processo, que depende da relação entre luz e treva, que envolvem alma e realidade física, vamos ver no próximo capítulo. 


Antonio Marques

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