MOÇÃO da CIÊNCIA DEDUTIVA GOETHIANA
MOÇÃO da CIÊNCIA DEDUTIVA GOETHIANA
II Forum Internacionale di Tripartizione Sociale
Roma - 24, 25 e 26 Novembro 2023
— Considerando que a ciência atual é baseada na “evidência”;
— Considerando que a evidência é uma dimensão pré-científica, pois serve apenas para constatar o fenômeno ou o fato cognoscível (aquele que pode ser estudado) - e neste caso ainda não é ciência;
— Considerando que “sem demonstração não se produz ciência” (Aristóteles) e isto é alcançado por meio do raciocínio (dedução) e pela experimentação (indução);
— Considerando que para ser considerada ciência, após a evidência (observação), é preciso levantar os argumentos mediatos “como numa sequência matemática” (Goethe), para se elaborar uma “hipótese dedutiva” qualquer - que Goethe nomeia de “experiência de ordem superior”;
— Considerando que ciência sem hipótese não é ciência;
— Considerando que depois da hipótese dedutiva feita, precisa-se proceder à experimentação para se chegar à “hipótese indutiva”;
— Considerando que depois de confrontar as hipóteses: dedutiva com a indutiva, chega-se à tese ou diagnóstico ou “ideia do fenômeno” - veja esquema abaixo dos parâmetros metodológicos científicos para se caracterizar Ciência, estabelecidos pelo Pai da Lógica = Aristóteles;
— Considerando que os antigos assim procediam, desde as primeiras civilizações (Proto Índia), mesmo um exemplo mais simples da cozinheira quando ia à feira fazer compras, “observava” verduras, legumes etc e “calculava” a quantidade que iria levar para fazer aquela “ideia” da salada gostosa;
— Considerando que neste caso foram três passos pensamentais: “observar - intelectualizar - idear”, que deveriam ser usados em pesquisas científicas sérias;
— Considerando que, no entanto, no ano 666 d.C. na Universidade de Gundishapur (Grande Monarca Pur) na Pérsia (hoje Irã), por ocasião das traduções de Aristóteles ao árabe, pelos médicos nestorianos (seguidores de Nestoris), os conteúdos espirituais monistas foram retirados de propósito, com nítido intuito de impedir que as pessoas pensassem e tirassem suas próprias conclusões;
— Considerando que a partir de então somente a ciência indutiva poderia dar explicações e para isso todos deveriam apenas constatar o fato (a evidência) - não poderiam pensar;
— Considerando que logo em seguida (711 d.C.) esse modo de pensar reducionista penetrou na Europa com a invasão moura (sunita) e se espalhou nas universidades;
— Considerando que na Idade Média ocorreu um grande embate na Universidade de Paris, entre escolásticos (Tomás de Aquino) e averroístas e avicenistas, na tentativa de resgatar a ciência dedutiva aristotélica, mas de nada adiantou;
— Considerando que esse modo de pensar tecnicista transformou-se na modernidade em dogma kantista: “O quê eu posso pensar? O quê eu posso conhecer? O quê tenho direito de esperar?” Resposta: "Eu posso pensar, conhecer e esperar somente o que a ciência determina";
— Considerando que isso fez nascer a tecnologia do conhecimento, para visar somente a produção tecnicista, para ser aplicada na nossa vida, através da mídia, TV, rádio, jornal, revista, moda, propaganda, cultura, ciência, ensino, medicina, comércio etc;
— Considerando que nos tornamos “um animal que, a partir do momento em que vive entre outros indivíduos da mesma espécie, necessita de um amo” (Kant) - autoridade, livro, bula protocolo, códigos, normas, dogmas etc. Ou seja, ficamos presos na “caverna” de Platão, onde somos obrigados a olhar somente o paredão onde são projetadas imagens que o “amo” determina;
— Considerando que vivemos hoje sob a égide dessa ciência materialista e nominalista, que sabe apenas nomear as coisas (as evidências), mas não entende como elas funcionam - e continuamos a não questionar nada;
— Considerando que chegou a hora de resgatar a Ciência Dedutiva Goethiana, para termos a “ciência baseada em conhecimento”.
Nestes termos este II Forum Internacionale di Tripartizione Sociale, reunido em Roma, pede deferimento para enviar ao mundo este resgate da verdadeira Ciência, para que tenhamos uma sociedade saudável nas suas três esferas sociais: Cultural/Liberal, Política/Jurídica e Econômica.
Referências Bibliográficas:
— Obra original: Naturwissenschaftliche Schriffen (Escritos Científicos), da Deutsche Nationalliteratur (Biblioteca Nacional), publicada por Joseph Kürschner: Goethes Werke (Obras de Goethe), Berlin - Stuttgart, 1884 - 1897.
— Schriften zur Naturwissenschaft. Stuttgart: Reclam, 1977.
— Das Naturwissenschaftliche Werk. Berlin: Deutcher Klassiker, 1987-1991.
— em espanhol: Teoria de la Naturaleza. Madrid: Tecnos, 1997.
— em português: Ensaios Científicos. São Paulo: Ad Verbum/Barany, 2012.
Roma, 26 Nov 2023
Comentários
Postar um comentário