Desvendando a Medicina Antroposófica: uma prática interdisciplinar de assistência à saúde.
Entrevista para Revista EM VOGA (JF)
Como está a situação da Medicina Antroposófica (MA) no Brasil e no mundo?
— A MA é a caçula das formas terapêuticas, por ter nascida em 1920 na Europa; e por isso agrega as condutas médicas tradicionais. É reconhecida na Alemanha, Suíça, Inglaterra etc.; o Seguro de Saúde estatal alemão (Versicherung) reembolsa todos os custos; as Faculdades de Medicina suíças de Basel e Bern reconhecem, nos cursos de graduação em medicina, estágios realizados em hospitais antroposóficos; a Faculdade de Medicina Antroposófica de Witten-Herdecke (Alemanha), seu hospital universitário conta com 494 leitos. Com base no número de receitas, estima-se que existem mais de 30.000 médicos antroposóficos espalhados em mais de 80 países. No Brasil é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) como "prática médica" (Parecer 21/93), sendo praticada em consultórios, clínicas e no SUS, fazendo parte da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC); a ANVISA e o Conselho Federal de Farmácia reconhecem o remédio antroposófico; o Conselho Federal de Odontologia (CFO) reconhece o Dentista Antroposposófico; o Conselho Federal de Fisioterapia (COFITO) reconhece o fisioterapeuta antroposófico. No Brasil conta com mais de 400 médicos antroposóficos e na Faculdade Medicina Suprema (JF) temos o nosso curso EaD de MA.
Qual é o popel da Medicina Antroposófica (MA) — abordagem terapêutica — no mundo atual com novas doenças surgindo?
— A MA é uma ampliação da arte médica, ao abordar o trinômio: corpo, alma e espírito (ou corpo, psiquê e self) e sua atuação primária é acolher o doente numa comunidade terapêutica, onde congregam vários profissionais de saúde, para uma atuação multi disciplinar. Sua abordagem terapêutica se baseia no tripé: fisiologia, clínica e farmacologia. Nosso grande diferencial é conhecer profundamente bioquímica e com isso entendemos como os remédios atuam e assim tratamos as causas das doenças. Exemplo: a Ivermectina, tem origem natural (de fungo, assim como os antibióticos): por conter 1 núcleo alcalino e 3 OH (hidroxilas), “derrete a capinha” do corona vírus e assim ele morre. Por isso é indicado na prevenção, quando o vírus está na orofaringe.
Como a MA enxerga as doenças?
— As doenças têm componentes espiritual e físico. Por isso a abordagem terapêutica envolve vários profissionais. A doença é resultado de desvios de conduta, erros e abusos contra as leis da natureza (ou da fisiologia) etc; e é necessário que o doente se conscientize para realizar sua “auto-cura”. A medicina deve apenas auxiliar nesse processo.
Qual é o público que continua procurar procurar essa linha terapêutica?
— Hoje os pacientes são críticos, que questionam tudo e isso é importante para gerar uma medicina do futuro integrativa e centrada no indivíduo. Precisamos do materialismo, mas somos seres espirituais em evolução. Por isso a abordagem deve ser ampliada.
O câncer é uma das
doenças mais difíceis de curar. E, por isso a que mais nos assusta. Como a MA cuida desse problema?
— A pergunta que se deve fazer: como o corpo cresce e sabe que precisa parar de crescer? Certas substâncias estimulam as células e outras inibem — e “sub-instância” etimologicamente traduz: o que se situa embaixo sob ordens de cima, o espírito. Hoje se sabe que um trauma emocional pode desencadear um câncer. Por isso o tratamento visa abraçar o ser humano com várias condutas e nosso quimioterápico básico é uma planta medicinal europeia que tem duplo efeito: citostático (reconhece a célula maligna e a destrói, na pesquisa MOLT 4) e imunoestimulante (estimula os anticorpos) — e pode ser associado à quimioterapia, cirurgia e radioterapia clássicas.
Do quê são feitos os mediamentos antroposóficos? E podem ser utilizados juntamente com os alopáticos?
— Nossos remédios são naturais dos três reinos: vegetal, mineral e animal. E visam estimular o organismo a trabalhar, num tratamento causal. Numa urgência usamos a conduta acadêmica sintomática paliativa (entorpecentes).
O quê causa desequilíbrio entre os corpos físico, etérico, astral e espiritual?
— O ser humano é ultra complexo. Afinal tem uma identidade (Eu ou self ou espírito), têm sentimentos, desejos etc (alma ou psiquê ou astral — terminologia dos filósofos medievais); tem vitalidade (etérico) e finalmente corpo físico. Qualquer desequilíbrio nessa engrenagem, vem a doença.
Qual a importância das terapias como Massagem Rítmica, Euritmia, Musicoterapia, Arteterapia… para se curar um câncer?
— As terapias servem para complementar o tratamento central, que é a quimioterapia (tanto a nossa como da alopatia). Nós agregamos tudo que traga benéfico ao paciente, desde que se conheça como funciona o fármaco. Sou agradecido ao meu prof Dr Otto Wolff (médico e bioquímico alemão) por conhecer farmacologia e meu livro de Farmacologia Clínica está sendo traduzido ao italiano e em novembro teremos a noite de autógrafo em Roma.
De quê forma a compreensão dos Setênios (forma de dividir a vida em fases de 7 anos, mostrando sua condição cíclica) nos ajuda a lidar com as crises emocionais?
— A análise biográfica ajuda ao paciente a se conhecer, entender que forças espirituais estão atuando na sua vida e como supera-las. Exemplo: ansiedade, depressão e pânico são manifestações da alma; e merecem abordagem psicossomática, além da terapêutica medicamentosa causal. Por isso temos tido resolubilidade para muitas doenças.
Dr Antonio Marques
Clínica Médica Antrops Vivenda Sant’Anna (JF)
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