FORÇA DE VONTADE- PARTE II

 FORÇA de VONTADE — 2

O Universo se move por uma sucessão de esferas, cada qual movendo-se em decorrência de uma superior, que age como se fosse um "motor", exercendo um efeito de atração que vem do superior ao inferior, numa sucessão hierárquica de motores-móveis e terminam no “Primeiro Motor”. 

Não adianta tentar explicar a origem e o fim, porque a ideia de querer levar a explicação da origem ao infinito ou o fim ao infinito, é pura fantasia; aliás, é bem platônico e do modo de pensar empírico da Ciência atual nominalista. Isto porque, pela lógica, ao se tentar explicar um movimento determinado através de outro movimento, será necessário reportar ao anterior e deste a um último, e assim sucessivamente, até chegarmos ao Primeiro Motor, que impulsiona os outros.

Só que “é impossível que o movimento tenha tido um princípio ou que venha a ter um fim — o movimento é eterno!” sentencia Aristóteles. Portanto, para uma resposta definitiva, é preciso compreender que todo o conjunto dos movimentos não é movido por um primeiro motor móvel, como a nossa mente empírica e imediatista poderia pensar, mas é movido por um "motor não movido” ou, podemos dizer, que o movimento é movido por um “Primeiro Motor Imóvel” (Primum mobile immotum). 

Como explicar isto? Para os corpos celestes se movimentarem precisam de um ponto de apoio e mesmo ocorre com o pássaro, que precisa do ar; o peixe para se movimentar é preciso que se apoie na água; e para eu me mover, é preciso que me apóie em algo imóvel, que é o solo. 

Este Primeiro Motor Imóvel ou Logos ou Deus, sede do Amor ou da Vontade, é que sustenta tudo, como deus grego Atlas, que segura imóvel o mundo. E o que movimenta tudo que existe no Universo é o “amor”, o mesmo que existe entre animais e entre os seres humanos, como atração “do amado que atrai a amante”, mesmo que esta o ignore. 

A Vontade é o amor, que existe como “Potência” à espera da nossa participação consciente para se transformar em “ato” no mundo físico. 

Antonio Marques