Wilhelm von Humboldt

 



Wilhelm von Humboldt (1767 - 1835), diplomata, filósofo, fundador da Universidade de Berlim (hoje, Humboldt-Universität), amigo de Goethe e Schiller. Reconhecido como pai do sistema educacional alemão, que foi usado como modelo nos USA e Japão. Empreendeu expedições científicas na América Latina.


William Rumboldt diz que nada nos ensina a merecer tanto a liberdade quanto a própria liberdade. O homem não poderá começar a realizar o que há de mais elevado nele se não colocar no topo da sociedade uma vida espiritual, cultural e religiosa livre, completamente livre de qualquer interferência estatal e autônoma de qualquer influência econômica.


As liberdades civis, que são a base da declaração de independência americana e da proclamação dos direitos humanos, só poderão ter a mais completa implementação quando for estabelecido um ambiente espiritual-cultural autônomo, capaz de se sustentar sem qualquer interferência externa.


Este setor deve, portanto, ser caracterizado pela mais ampla liberdade de pensamento, expressão, difusão e associação. Nesse nível, ninguém pode reivindicar o direito de impor o que acha certo contra o que considera errado. Ninguém pode assumir a tarefa de único guardião da verdade; ninguém pode ser perseguido por expressar o que se acredita ser o mal. Em uma vida espiritual livre, todos podem expressar a concepção que parece mais restritiva ou pode apoiar os princípios mais anárquicos.


Qualquer pessoa pode organizar um grupo, uma comunidade, uma associação para melhor manifestar e divulgar as suas ideias, assim como qualquer pessoa pode utilizar a imprensa, a rádio, a televisão para divulgar as suas ideias. Desta forma, seria superado o absurdo da interferência do Estado nos meios de difusão, onde o dinheiro de todos os contribuintes é usado para propagar apenas os conceitos dos grupos dominantes.

Hoje muitos lamentam o declínio da vida espiritual e do sentimento religioso. Até os agnósticos e materialistas estigmatizam a decadência das artes e profissões, o desaparecimento do bom artesanato e o crescente descontentamento pelo trabalho. Quase ninguém percebe, porém, que as influências contínuas da economia e a presença cada vez maior do poder público (macroscópica nos países socialistas, mais sutil nos regimes democráticos) dificultam o florescimento de uma vida de espiritualidade livre capaz de animar a arte, cultura, habilidades criativas. De fato, somente do confronto livre podem surgir e florescer as melhores ideias e as forças mais vivas.


Retirado do capítulo Una via sociale de Argo Vilella sobre a vida espiritual, Società Editrice Il falco, 1978. Itália


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