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Mostrando postagens de janeiro, 2022

AUTOCONFIANÇA ABNEGADA

 AUTOCONFIANÇA ABNEGADA Só Steiner consegue aglutinar duas palavras com significados tão distintos — citadas na Imaginação Micaélica (GA 229).  “Autoconfiança” traduz que o Eu tem o domínio da situação: sabe o que quer, sente-se seguro de si, tem firmeza, objetividade, independência, autoestima, autoafirmação, autossuficiência etc.  Somente quando atingirmos ao patamar espiritual poderemos nos sentir assim. Estamos muito longe disto, apesar de estarmos vivendo na era da “alma da consciência”. Mas o quê isso significa? Esta época corresponde à supremacia do Ego, à arrogância do intelecto, à hegemonia fundamentalista da ciência. Isto traduz viver a polaridade da “alma da consciência”, entre “Phantasie” (fantasia) sob influência de Lúcifer e “Dóxa” (super-ego ou julgamento) sob domínio de Ahriman.  Para redenção do Ego ou salvação do intelecto, para sair da polarização, é preciso acessar a “Dianóia” (dia = através de; e noûs = espírito), que se consegue desenvolvendo o ...

PASSAPORTE SANITÁRIO versus LIBERDADE INDIVIDUAL

 PASSAPORTE SANITÁRIO  versus LIBERDADE INDIVIDUAL  A Justiça nasceu na antiga Roma, nos comícios e assembleias populares, no sentido de normatizar as relações humanas, propriedades, direitos e deveres dos cidadãos (civis romanus) para o viver na sociedade etc. Assim são traçados códigos e leis que se fundamentam na nossa Constituição Federal, visando o bem comum na sociedade, que se denomina “política” (viver na pólis). Todos somos seres políticos e iguais perante a Lei. Denomina-se “moralidade”.  Antes disso nasceu na antiga Grécia, a Filosofia, o livre pensar — a “ética”, que traduz a busca interior da virtude, cujos representantes são: Aristóteles, Nicômaco, Spinoza, Tomás de Aquino e Steiner. Usando um termo atual: “liberalismo” — mas não é entendido, porque não existe atualmente um órgão autônomo para representar o indivíduo na sociedade. Pelo contrário, o liberalismo é usurpado pelos dois outros setores sociais como: liberalismo econômico e liberalismo estatal...

Processo de INVERSÃO no Organismo Social

 Processo de INVERSÃO no Organismo Social  A “observação simplista” relaciona os impulsos humanos com o organismo social: liberdade do pensar corresponderia à vida cultural. — Errado. É preciso lembrar que no humano impera a “alma”, com suas três esferas: pensar - sentir - atuar; que se manifestam com os seguintes impulsos: “associal - social - antissocial”, respectivamente (vide esquema), que são normais no ser humano. Mas se esses impulsos são colocados no mundo, transformam-se nas tendências patológicas polarizadas: “neoliberalismo <—> estatização”. É isso que estamos vivendo hoje: exteriorização dos nossos pecados na sociedade.  Isso ocorre porque ainda não entendemos nossa época civilizatória: a “alma da consciência”. É preciso sair da simples “evidência ou observação” e subir ao patamar do Eu ou espírito, para olhar para baixo e mudar as tendências anímicas patológicas — no sentido de cura-las. A isso Steiner denomina de “processo de inversão”, quando o espíri...

Processo de INVERSÃO na VONTADE no ANDAR para a VONTADE no PENSAR

 Processo de INVERSÃO na  VONTADE no ANDAR para a  VONTADE no PENSAR O quê significa estar de pé com o corpo ereto? Vivenciamos a gravidade através dos nossos membros inferiores. Mas não temos consciência disso, porque nossa “vontade” vive no profundo inconsciente, como num quarto escuro. Nos pés, a vontade vive na obscuridade da inconsciência e da gravidade.  Mas na cabeça, nosso cérebro flutua dentro de um líquido (líquor) que, pela lei do empuxo, seria como se estivesse a 7000 metros de altura (no pico do Himalaia) — mesmo os músculos dos olhos estão livres da gravidade. Steiner nomeia de “processo de inversão”, quando os músculos são liberados do trabalho volitivo e da gravidade e integrados numa função perceptiva puramente anímico-espiritual.  Mas isso depende da posição vertical ereta. As crianças-lobos que foram criadas pelos animais andavam de quatro e uivavam. Somente depois, educadas e com a postura ereta conseguiram falar e pensar. Ou seja, a clareza ...

Nossa ALMA é polar

 Nossa ALMA é polar Por que os filósofos medievais denominavam a alma de “corpo astral”? Porque sabiam que ela nasceu das hierarquias que habitam os astros. Só que ela é também polar, como dizia Jung: “animus e anima”.  Isso mostra suas duas origens: da periferia cósmica onde habita a 1ª hierarquia nasceu a “vontade”, que se projeta como força para o futuro. E do centro do cosmo, do nosso sistema solar, mais denso, onde habita a 3ª hierarquia, nasceu a “imaginação”, como espelhamento do passado, que serve para refletir o pensar, como força do obstáculo para tomada de consciência — e muitos destes se sacrificaram para desenvolvermos o pensar livre (a serpente no Paraíso).  Ou seja, a alma tem duas pontas: animus = vontade e anima = imaginação. Na Lemúria o ser humano era como vapor inundado de luz, e a partir da respiração a alma experimentava imagens tonais (sons) ondulantes que impregnavam o etérico, que por sua vez plasmavam os órgãos físicos. Alma e etérico modelaram m...